sexta-feira, 25 de junho de 2010

Gabarito - Prova de Língua Portuguesa - 2° Período

PROVA DE LÍNGUA PORTUGUESA - 2º PERÍODO - PROF.: LUZIA FROTA 3ª SÉRIE

Leia o fragmento a seguir e responda à questão 1.

“(…) esta aparência de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. Naquela organização combalida operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormecidas. O homem transfigura-se.”


1.A frase retirada de Os sertões que sintetiza o trecho citado acima é

a. “é o homem permanentemente fatigado”.

b. “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”.

c. “a raça forte não destrói a fraca pelas armas, esmaga-a pela civilização”.

d. “Reflete a preguiça invencível (…) em tudo”.

e. “a sua religião é como ele — mestiça”.



Leia o poema de Augusto dos Anjos e responda à questão 2.

PSICOLOGIA DE UM VENCIDO.

Eu, filho do carbono e do amoníaco,

Monstro de escuridão e rutilância,

Sofro, desde a epigênesis da infância,

A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,

Este ambiente me causa repugnância…

Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia

Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas —

Que o sangue podre das carnificinas

Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,

E há-de deixar-me apenas os cabelos,

Na frialdade inorgânica da terra!



2.. A partir desse soneto, podemos afirmar que

I.ao se definir como filho do carbono e do amoníaco, o eu lírico desce ao limite inferior da materialidade biológica pois, pensando em termos de átomos (carbono) e moléculas (amoníaco), que são estudados pela Química, constata-se uma dimensão onde não existe qualquer resquício de alma ou de espírito.



II.o amoníaco, no soneto, é uma metáfora de alma, pois, segundo o eu lírico, o homem é composto de corpo (carbono) e alma (amoníaco) e, no fim da vida, o corpo (orgânico) acaba, apodrece, enquanto a alma (inorgânica) mantém-se intacta.



III.o soneto principia descrevendo as origens da vida e termina descrevendo o destino final do ser humano; retrata o ciclo da vida e da morte, permeado de dor, de sofrimento e da presença constante e ameaçadora da morte inevitável.



Está(ão) correta(s):

a.apenas II. b.apenas III. c.apenas I e II.

d.apenas I e III. e.apenas II e III.



Leia o texto a seguir e responda às questões 3 e 4.

GENTE QUE SE CUIDA E QUE CUIDA DA GENTE

GENTE QUE GOSTA DA GENTE

QUE GOSTA DA BELEZA

QUE GOSTA DA VERDADE.

GENTE BONITA DE VERDADE.



3.Considerando que o texto lido abre uma revista que apresenta um catálogo de cosméticos, a sua intencionalidade é

a.transmitir a noção de que “gente bonita de verdade” não precisa de cosméticos para se embelezar.

b.utilizando argumentos de que o povo brasileiro se cuida e gosta de gente bonita, estimula o leitor a consumir produtos dessa linha de cosméticos.

c.convencer o leitor, com argumentos objetivos, de que a beleza é algo objetivo, uma mercadoria como outra qualquer que se compra.

d.transmitir a noção de que somente gente bonita precisa de cosméticos para se embelezar.

e.convencer o leitor, com argumentos subjetivos, de que a beleza é algo subjetivo, uma mercadoria como outra qualquer.



4.A oração adjetiva restritiva foi empregada várias vezes no texto com o objetivo de

a.diferenciar uma pessoa de outra, e assim, mostrar as diferenças regionais e culturais existentes em nosso país.

b.tratar apenas das características positivas do povo brasileiro, e não de seus defeitos.

c.caracterizar essa “gente”, que na verdade são os brasileiros, mostrando as diferenças entre as pessoas para finalizar com aquilo que supostamente os iguala:o gosto pela beleza.

d.exaltar o povo brasileiro.

e.superiorizar a beleza brasileira.



Leia a reportagem a seguir e responda às questões 5 e 6.

Jéssica veio do céu

Jéssica é somente uma garota de 11 anos [...]. Mas tem a coragem de uma leoa e a calma de um anjo da guarda. Na noite do domingo 3, a casa em que ela mora se transformou num inferno que ardia em chamas porque em de seus irmãos causou o acidente ao riscar um fósforo. Larissa, de 7 anos, Letícia, de 3, e menino de 8, que involuntariamente provocou o incêndio, foram salvos porque Jéssica(apesar de seus 11 anos) se esqueceu de sentir medo. Mesmo com a casa queimando, a garganta sufocando com a fumaça e a porta da rua trancada por fora (a mãe saíra), a menina não se desesperou. Abriu a janela de um quarto e através dela colocou, um por um, todos os irmãos para fora. Enquanto fazia isso, rezava. Ninguém sofreu sequer um arranhão. Só então Jéssica pensou em si própria. E sentiu muito medo. Pulou a janela e disparou a correr.

Revista Veja. São Paulo: Abril, 18 de fevereiro de 2004.



5.A finalidade do texto acima é

a. a.conscientizar. b. instruir. c. informar. d. relatar. e. convencer.



6.De acordo com o valor semântico, as orações subordinadas em destaque no texto, classificam-se, respectivamente, em adjetivas

a.restritiva reduzida de infinitivo, restritiva e explicativa.

b.restritiva, restritiva e explicativa.

c.restritiva reduzida de particípio, restritiva e explicativa.

d.restritiva, restritiva reduzida de infinitivo e explicativa.

e.restritiva, restritiva reduzida de particípio e explicativa.



Leia o artigo a seguir e responda às questões 7 a 9.

A POLUIÇÃO NO MUNDO

Os grandes países industriais são os mais poluídos do mundo. Em Tóquio vende-se oxigênio nas ruas centrais. É comum os japoneses comprarem uma dose e enfiarem o nariz na “garrafinha”, recuperando-se do veneno que são obrigados a respirar. Os guardas de trânsito, intoxicados pelos gases dos automóveis, têm postos de abastecimento especiais nas esquinas.
[...]
Metade da população holandesa bebe a água do Rio Reno, que é o maior esgoto do mundo e o receptor de inseticidas das fábricas alemães. Seus peixes são proibidos para o consumo, porque os detritos industriais com que se “alimentam” tornam sua carne fétida.
E os Estados Unidos, pátria do capitalismo moderno, louvado pelo rigor de suas leis, são – e isto seus próprios técnicos afirmam – o país mais poluído do planeta. Além disso, são os maiores exportadores de poluição: 40% da contaminação da Terra é provocada por suas indústrias, segundo informação de Philip Bart, ecologista e redator da Internation Review.

Júlio José Chiavenato. O massacre da natureza.



7.A finalidade do texto acima é

a.conscientizar. b. instruir. c. informar. d. relatar. e. convencer.



8. A oração em destaque no texto refere-se ao antecedente veneno, cuja função sintática é

a.adjunto adnominal. b.adjunto adverbial. c.objeto direto.

d.objeto indireto. e.sujeito.

    9.Sobre a poluição no mundo, a opinião do autor é que

    a.Em Tóquio vende-se oxigênio nas ruas centrais.(L.2)

    b.Os grandes países industriais são os mais poluídos do mundo.(L.1)

    c.Metade da população holandesa bebe a água do Rio Reno...(L.8)

d.Os guardas de trânsito, intoxicados pelos gases dos automóveis...(L.4 a 6)

e.É comum os japoneses comprarem uma dose e enfiarem o nariz...(L.2 a 4)



10.Cite um fato e um argumento que comprovem a opinião “A preservação da natureza é fundamental para a vida humana.”
Fato:___________________________________________________________________________________________________________

Argumento:__________________________________________



GABARITO

1. b

2. d

3. b

4. c

5. c

6. b

7. e

8. d

9. b

10. Pessoal

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Informando sobre o bullying


Bullying


O Bullying é uma forma de abuso psicológico, físico e social.

A palavra "Bully" é de origem inglesa e significa "valentão". Grande parte das pessoas confunde ou tende a interpretar o bullying simplesmente como a prática de atribuir apelidos pejorativos às pessoas, associando a prática exclusivamente com o contexto escolar. No entanto, tal conceito é mais amplo. Para o cientista norueguês Dan Owelus, o bullying se caracteriza por ser algo agressivo e negativo, executado repetidamente e que ocorre quando há um desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Desta forma, este comportamento pode ocorrer em vários ambientes, como escolas, universidades, no trabalho ou até mesmo entre vizinhos.

Basicamente, a prática do bullying se concentra na combinação entre a intimidação e a humilhação das pessoas, geralmente mais acomodadas, passivas ou que não possuem condições de exercer o poder sobre alguém ou sobre um grupo. Em outras palavras, é uma forma de abuso psicológico, físico e social.

No ambiente de trabalho, a intimidação regular e persistente que atinge a integridade e confiança da vítima é caracterizada como bullying. Entre vizinhos, tal prática é identificada quando alguns moradores possuem atitudes propositais e sistemáticas com o fim de atrapalhar e incomodar os outros.

Falando especificamente do ambiente escolar, grande parte das agressões é psicológica, ocasionada principalmente pelo uso negativo de apelidos e expressões pejorativas.

No entanto, as práticas do bullying no ambiente escolar também se referem às agressões de caráter físico. Um dos casos mais chocantes de bullying escolar foi o de Curtis Taylor, um aluno do oitavo ano de uma escola secundária em Iowa, Estados Unidos. Curtis foi vítima do bullying durante três anos consecutivos: era espancado nos vestiários da escola, suas roupas eram sujas com leite achocolatado e seus pertences, vandalizados. Curtis não resistiu ao sofrimento e humilhação e suicidou em 1993. Este não foi um caso isolado. Na década de 90, os Estados Unidos se depararam com uma onda de tiroteios em escolas, realizados por alunos que se intitulavam vítimas da prática.

Fonte: Brasil Escola

Produções Textuais

A produção dessas crônicas foi proposta pela professora de Língua Portuguesa após estudarmos as competências e habilidades necessárias ao conhecimento desse gênero textual, desde leituras e pesquisa à abordagens orais e escritas.


Escolha

Dirigia calmamente pelas ruas de São Paulo. O dia estava lindo! Cheguei em meu destino, guardei o carro e subi até o AP 22. Entrei, e lá estava ele, esperando-me apenas de roupão. Joguei a bolsa no chão e atirei-me em seus braços. Ele parecia corresponder aos meus carinhos, mas sentia a frieza de seus gestos. Parei e perguntei-lhe:
- O que houve? Você parece estranho?
- Estou cansado dessa vida! De ser apenas seu amante, Júlia! Deixe tudo e venha morar comigo.
Não me surpreendi com a atitude de Eduardo. Sempre discutimos pelo mesmo motivo. Ele queria um relacionamento sério, estável, e eu não estava disposta a perder tudo que construí com Artur. Sabia que se me separasse, ele faria o possível para arrancar tudo de mim, além do mais, jamais aceitaria a separação, pois isso refletiria em sua reputação.
- Você está me ouvindo, Júlia?
- Então, o que me diz?
- Você sabe o que penso. Não posso negar que te amo. O problema é que Artur não vai aceitar isso, fará de tudo para destruir-me. Ele preza muito sua imagem, por isso é tão cauteloso e controlador. Além do mais, essa nossa boa vida acabaria! Paciência, meu amor!
- Não, decida Júlia, agora, ele ou eu.
- Não entendo! Como você é incompreensível! Pense no melhor para gente.
- Para mim, só existe eu e você.
- Tudo bem, mas lamento muito por você não me compreender, adeus...
Saí com uma dor insuportável no coração, mas não voltaria atrás. De repente, deparei-me com Artur beijando uma mulher na saída do prédio. Ele me viu e veio ao meu encontro.
- Júlia, eu posso explicar.
- Não quero explicação, amanhã, você fala com meu advogado.
- Não precisa fazer escândalo, acalme-se, não fique nervosa!
- Me poupe né! Já aguentei você demais, suas humilhações, seus caprichos... Agora acabou.
- Entrei no carro e saí vagando pelas ruas sem destino. Meu telefone toca.
- Alô!
- Senhora Júlia Brandão?
- Sim!
- Aqui é da polícia. Seu Eduardo Silva deixou uma carta para a senhora antes de morrer. Desculpe-me pela informação, mas ele suicidou-se.
Fiquei desesperada, não sabia o que fazer. Joguei o celular fora. Estava próxima da praia, estacionei e fui sentar-me na areia para refletir, pensar em tudo que me acontecera naqueles últimos dias, meses, anos... As lágrimas misturavam-se ao mar, e eu pensava:
- Por que fiz a escolha errada?

Jousiane Cardoso Ramos
3º A


O Imprevisto

Àquela noite tinha tudo pra ser inesquecível. Na verdade, de certa forma, foi marcante. Todos empolgados pra expor seus trabalhos e o público ansioso por vê-los.
Um grupo de amigos da escola, desconhecedores do assunto, apenas conversavam. Bruno, um garoto descontraído que não aceita ordem, e Vanderlene, uma moça elegante, inteligente. Ítalo e Alexandre são garotos engraçados, que perdem a pose, mas não perdem a piada. Eles sempre conseguiam atormentar a vida de Miranda, moça muito inteligente, porém, sua timidez tirava seu brilho, além de ser a única da turma que não tinha namorado. Isso a deixava chateada.
No decorrer do evento, no momento mais esperado, falta energia, e começa a sessão "tormento à Miranda". Ítalo e Alexandre começam a tirar brincadeiras com Miranda, que fica furiosa. Durante algum tempo, passa a ignorá-los, porém, não suporta tal atitude e começa a discutir com eles. Tapa vai, tapa vem, volta a energia. Percebo que Miranda não incomoda-se mais com as brincadeiras dos amigos, pois está hipinotizada por um olhar meigo e atraente de um belo cavalheiro que estava no palco e que também a observava.
No final da apresentação, o garoto desce rapidamente do palco, mas ela o perde de vista. Depois de um certo tempo, o garoto, que na verdade é Edi, amigo de Bruno, reaparece por trás dela, entrega-lhe uma rosa e a convida pra sair daquele lugar para terem uma conversa mais reservada. Ela, apesar de tímida, aceita o convite. Então, no meio de uma conversa... ele a beija. Ela descobre o amor e consegue vencer sua timidez. Percebe, então, que tudo tem seu tempo certo e que as coisas mais belas e lindas do mundo não podem ser vistas e nem tocadas, devem apenas ser sentidas com o coração.

Evirlândia Pereira Miranda
3ºB

Cuidado para não desabar

O dia amanhece, a cidade acorda e se surpreende ao ver um prédio que foi construído há pouco tempo, ameaçando desabar. Uma vaidade que habita uma cidade. Ele envaidece, imaginando-se firme e seguro, em forma de casas empilhadas querendo chegar ao céu, numa espécie de desafio humano, que é muito vaidoso.
Quando foi feito, parecia uma mulher. Paredes pintadas, lisas como pele de uma mulher, de repente aparecem rachaduras, como as rugas que tivessem surgindo com a idade. Inútil, o edifício está condenado, sabe-se que não tem mais jeito, as escoras não aguentam mais estas colunas enfraquecidas, se não cair agora, cairá depois, seja pela rápida implosão ou pelas mordidas das picaretas.
Entre as quatro paredes de nossa casa está guardada a nossa vida privada, nossos objetos familiares, nosso mundo reservado, onde tentamos preservar nossa intimidade, nossa privacidade. Mas para quem mora num prédio desses, de repente tudo acaba. Seja na madrugada ou pela manhã, gente como a gente, é mostrada pela TV e nos jornais, mostrando seu desespero, andando pelo seu lar que agora está irreconhecível, transformado num lugar de perigo.
As pessoas lutam desesperadas para salvar alguma coisa. E aí, nossos olhos vêem objetos íntimos, como colchões, guarda roupas e até mesmo as próprias roupas mostrada pelas emissoras de TV e os flashs das máquinas digitais invadindo essa privacidade de gente como nós, que não tem saída, senão mostrar sua intimidade diante de todos.
O prédio continua lá. À sua volta, apenas os operários colocando "bengalas nas mãos desse condenado", também alguns moradores espectadores.
O pedaço de sua vida prestes a cair.
Sonhar é bom, mas temos que tomar cuidado para não desabar.

Lucas Maciel B. Medina
3º C